domingo, 23 de novembro de 2008

QUEM É ESTE ESTRANHO PERSONAGEM????

Esta mensagem - que recebi da Marília - complementa a postagem sobre o educador bem sucedido.

sábado, 22 de novembro de 2008

O EDUCADOR BEM SUCEDIDO!



Ando lendo alguns artigos a respeito de como podemos melhorar como profissionais na educação. E um dos textos que encontrei foi de Moran, extrai uma passagem que considero importante de ser debatida.

" Não há uma única forma ou modelo. Depende muito da personalidade, competência, facilidade de aproximar e gerenciar pessoas e situações. Uma das questões que determina o sucesso profissional maior ou menor do educador é a capacidade de relacionar-se, de comunicar-se, de motivar o aluno de forma constante e competente. Alguns professores conseguem uma mobilização afetiva dos alunos pelo seu magnetismo, simpatia, capacidade de sinergia, de estabelecer um “rapport” , uma sintonia interpessoal grande. É uma qualidade que pode ser desenvolvida, mas alguns a possuem em grau superlativo, a exercem intuitivamente, o que facilita o trabalho pedagógico.
Uma das formas de estabelecer vínculos é mostrar genuíno interesse pelos alunos. Os professores de sucesso não se preparam para o fracasso, mas para o sucesso nos seus cursos. Preparam-se para desenvolver um bom relacionamento com os alunos e para isso os aceitam afetivamente antes de os conhecerem, se predispõem a gostar deles antes de começar um novo curso. Essa atitude positiva é captada consciente e inconscientemente pelos alunos que reagem da mesma forma, dando-lhes crédito, confiança, expectativas otimistas. O contrário também acontece: professores que se preparam para a aula prevendo conflitos, que estão cansados da rotina, passam consciente e inconscientemente esse mal-estar que é correspondido com a desconfiança dos alunos, com o distanciamento, com barreiras nas expectativas.
É muito tênue o que fazemos em aula para facilitar a aceitação ou provocar a rejeição. É um conjunto de intenções, gestos, palavras, ações que são traduzidos pelos alunos como positivos ou negativos, que facilitam a interação, o desejo de participar de um processo grupal de aprendizagem, de uma aventura pedagógica (desejo de aprender) ou, pelo contrário, levantam barreiras, desconfianças, que desmobilizam.
O sucesso pedagógico depende também da capacidade de expressar competência intelectual, de mostrar que conhecemos de forma pessoal determinadas áreas do saber, que as relacionamos com os interesses dos alunos, que podemos aproximar a teoria da prática e a vivência da reflexão teórica.
A coerência entre o que o professor fala e o que faz, na vida é um fator importante para o sucesso pedagógico. Se um professor une a competência intelectual, a emocional e a ética causa um profundo impacto nos alunos. Estes estão muito atentos à pessoa do professor, não somente ao que fala. A pessoa fala mais que as palavras. A junção da fala competente com a pessoa coerente é poderosa didaticamente.
As técnicas de comunicação também são importantes para o sucesso do professor. Um professor que fala bem, que conta histórias interessantes, que tem feeling para sentir o estado de ânimo da classe, que se adapta às circunstâncias, que sabe jogar com as metáforas, o humor, que usa as tecnologias adequadamente, sem dúvida consegue bons resultados com os alunos. Os alunos gostam de um professor que os surpreenda , que traga novidades, que varie suas técnicas e métodos de organizar o processo de ensino-aprendizagem.
Ensinar sempre será complicado pela distância profunda que existe entre adultos e jovens. Por outro lado, essa distância nos torna interessantes, justamente porque somos diferentes. Podemos aproveitar a curiosidade que suscita encontrar uma pessoa com mais experiência, realizações e fracassos. Um dos caminhos de aproximação ao aluno é pela comunicação pessoal de vivências, histórias, situações que o aluno ainda não conhece em profundidade. Outro é o da comunicação afetiva, da aproximação pelo gostar, pela aceitação do outro como ele é e encontrar o que nos une, o que nos identifica, o que temos em comum.
Um professor que se mostra competente e humano, afetivo, compreensivo atrai os alunos. Não é a tecnologia que resolve esse distanciamento, mas pode ser um caminho para a aproximação mais rápida: valorizar a rapidez, a facilidade com que crianças e jovens se expressam tecnologicamente ajuda a motivar os alunos, a que queiram se envolver mais. Podemos aproximar nossa linguagem da deles, mas sempre será muito diferente. O que facilita são as entrelinhas da comunicação lingüística: a entonação, os gestos aproximadores, a gestão de processos de participação e acolhimento, dentro dos limites sociais e acadêmicos possíveis.
O educador não precisa ser “perfeito” para ser um bom profissional. Fará um grande trabalho na medida em que se apresente da forma mais próxima ao que ele é naquele momento, que se “revele” sem máscaras, jogos. Quando se mostre como alguém que está atento a evoluir, a aprender, a ensinar e a aprender. O bom educador é um otimista, sem ser ‘ingênuo”. Consegue “despertar”, estimular, incentivar as melhores qualidades de cada pessoa.
Este texto faz parte do livro A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá . Papirus, 2007, p. 74-81.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

EDUCAR...

PENSAMENTO...



“É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática.”

Paulo Freire

terça-feira, 11 de novembro de 2008

SER NEGRO...

Não vou dizer que ser negra foi a razão para meus insucessos. Mas posso afirmar que contribuiu. Desde bebê, passei por situações que não teria passado se fosse branca. Resolvi tornar públicas minhas inquietações, no exato momento em que um negro venceu o Campeonato de Fórmula Um e outro foi eleito presidente dos Estados Unidos. Artistas, atletas de outras modalidades que não o futebol e modelos venceram o preconceito, conseguindo sucesso na carreira. Porém, ainda há muito por fazer, ainda há muito chão para percorrer.Hoje em dia é fácil encontrar uma revista ou um programa com negros. Mas, quando eu era criança isso era raro. Cresci me achando feia, porque meu corpo não se enquadrava no padrão estético; este padrão era de pessoas brancas. Nos meios de comunicação, não apareciam negros; era como se nós não existissimos. Em menina, minha mãe mantinha meu indomável cabelo curtinho. Quando cresci, passei anos usando produtos para o manter artificialmente liso. Uma tia prendia meu nariz com prendedor de roupa, para o afinar. Usei cores de maquiagem que não combinavam com o tom de minha pele, simplesmente porque não havia opções. Além disso, tentava disfarçar minhas ancas largas e minhas nádegas protuberantes, próprias de mulheres negras, com blusas e calças largas. Enfim, eu tentava me embranquecer para ser aceita na sociedade. Por isso eu entendo o Michael Jackson e não o julgo. Talvez, se eu tivesse seu poder aquisitivo, teria tentado modificar minha aparência; não para ficar mais bonita, mas para ser feliz. Como não tenho sua conta bancária, com o passar dos anos acabei me conformando. A experiência me mostrou que ser negro, não é só uma questão de pele, mas de atitude; não adiantaria eu mudar por fora, se por dentro eu continuaria negra. Sim, porque ser negro não é só uma questão de melanina, mas de consciência. A gente passa por tanta coisa, que a cabeça fica diferente; eu posso afirmar isso por experiência própria, pois não sinto e vejo o mundo como uma pessoa branca. Simplesmente, não acontece.Meu pai morreu de cancer, há vinte anos atrás. Ele era negro e lutou até seu último minuto de vida para ser aceito pela sociedade. Ele queria ter os mesmos direitos dos brancos, uma vez que tinha os mesmos deveres. Ele era ateu, mas nunca conheci ninguém que respeitasse mais a Deus e seguisse seus princípios. Quando criança, ele não pode estudar num colégio católico em Pelotas, onde nasceu; era a melhor escola da cidade e meu avô podia bancar. Mas, os padres deixaram claro que ele sofreria hostilidades e nada poderiam fazer para as impedir. Assim, para que ele 'não sofresse', seria melhor estudar noutra escola. Ele nunca desistiu. Veio para Porto Alegre, estudou e se formou Engenheiro Agrônomo pela UFRGS. É bonito ver a foto da turma de formandos - lá está ele, o único. Aliás, ele começou fazendo engenharia civil, mas recebeu a orientação de mudar de curso, pois teria mais dificuldade em conseguir emprego... Adivinha porque? Ele foi ser funcionário público, pois teria estabilidade e melhores oportunidades. Era muito disciplinado e estudioso. Tinha opiniões firmes e não temia as expor. Só teve que maneirar suas convicções comunistas, durante a ditadura militar; ele era esperto. Sabia que a morte ou o exílio seria seu destino; assim, nunca mudou sua maneira de pensar; só fez uma retirada estratégica. Foi casado, praticamente, toda a sua vida adulta, ou seja, procurou ter estabilidade emocional e viver em familia. Ele não negava suas origens, mas queria outras alternativas que não o futebol ou a música (até porque não tinha vocação para tal); assim, batalhou muito e procurou fazer tudo como os 'brancos': ter curso superior, um bom emprego, patrimônio (casa própria, carro), conhecimento e reconhecimento. Sempre saia bem vestido e barbeado. Nos dedos, a aliança e o anel de formatura; no pulso um relógio Ômega; nos pés, sapatos de cromo alemão. Mandava para revistas e jornais seus escritos sobre a condição negra e suas teses sobre a situação da agricultura no país; ele já apregoava o 'agrobusiness', há cinqüenta anos, mas não era levado a sério. Ele sofreu muito. O preconceito se materializa em atitudes, palavras e maltrata. Só o vi chorar uma vez, quando me pediu que eu rezasse ao 'meu Deus' para o levar embora, pois seu corpo fora vencido pela doença e estava cansado. "Ele" o atendeu.TEXTO DE PENNY
Este texto é excelente para ser trabalhado no dia 20 - Dia Nacional da Consciência Negra.
Sensível, inteligente, comovente e real.

domingo, 9 de novembro de 2008

O CONSUMO CONSCIENTE

PENSE NISSO!

Fonte: Instituto Akatu